sábado, 30 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Banzo.
E então chegou a tão sonhada hora: passei na faculdade que eu queria e tive que mudar de cidade.
Tudo lindo, cheio de expectativas.
Acho que deve ser carma ou só lei da vida mesmo, mas sempre recebo uns baldes de água fria por melhor que seja minha situação. Desde gente ignorando minha alegria até gente desdenhando meu curso. "Você não precisa ser graduado pra trabalhar em navios" foi o auge da ignorância.
Mas não era por isso que comecei a escrever, na verdade eu queria registrar aqui o quão infernal é mudar de rotina e além disso, mudar sozinho. Em Sorocaba o clima é mais gostoso, frio. Ademais, a cidadã aqui está acostumada com a facilidade que é morar na Baixada Santista e conseguir chegar em (quase) qualquer lugar em menos de uma hora. Onde eu moro agora não é um bairro ruim, porém só pra chegar no ponto de ônibus que utilizo devo andar 10 minutos, subindo uma ladeira. Na cidade quase não existem faixas de pedestres e as pessoas utilizam a ciclovia para caminhar. Aqui as pessoas se encaram, te dão bom dia, tentam te ajudar. A região é enorme, mas ainda possui ares de interior. É diferente, é muito diferente.
Assim como minha nova rotina. Acordo cedo, vou pra aula, almoço no "bandeijão": a comida é ruim, confesso que só almoço na faculdade por necessidade. E olha que eu não sou exigente com isso, com fome, como até pedra. Depois tenho mais aulas e volto pra casa. Chego umas 18 horas em média.
Ainda estou começando, me adaptando, mas já sei que vai ser muito difícil.
O final de semana foi terrível. Cheguei em casa na Sexta, passei no hospital pra visitar uma tia, voltei pra casa e arrumei algumas coisas. No Sábado dei uma "voltinha" com a minha mãe, dormi e acordei no Domingo, já arrumando minhas coisas pra voltar. Quando cheguei em Sorocaba é que me toquei que nada aproveitei, deu um aperto no peito, uma solidão.
Então hoje a professora de psicologia explicou esse sentimento sem ninguém abrir a boca: Banzo.
É o sentimento de saudades de terra e das pessoas de onde somos.
Os escravos costumavam morrer disso.
Estou feliz porque logo volto pra casa, nem que seja só por um fim de semana.
Tudo lindo, cheio de expectativas.
Acho que deve ser carma ou só lei da vida mesmo, mas sempre recebo uns baldes de água fria por melhor que seja minha situação. Desde gente ignorando minha alegria até gente desdenhando meu curso. "Você não precisa ser graduado pra trabalhar em navios" foi o auge da ignorância.
Mas não era por isso que comecei a escrever, na verdade eu queria registrar aqui o quão infernal é mudar de rotina e além disso, mudar sozinho. Em Sorocaba o clima é mais gostoso, frio. Ademais, a cidadã aqui está acostumada com a facilidade que é morar na Baixada Santista e conseguir chegar em (quase) qualquer lugar em menos de uma hora. Onde eu moro agora não é um bairro ruim, porém só pra chegar no ponto de ônibus que utilizo devo andar 10 minutos, subindo uma ladeira. Na cidade quase não existem faixas de pedestres e as pessoas utilizam a ciclovia para caminhar. Aqui as pessoas se encaram, te dão bom dia, tentam te ajudar. A região é enorme, mas ainda possui ares de interior. É diferente, é muito diferente.
Assim como minha nova rotina. Acordo cedo, vou pra aula, almoço no "bandeijão": a comida é ruim, confesso que só almoço na faculdade por necessidade. E olha que eu não sou exigente com isso, com fome, como até pedra. Depois tenho mais aulas e volto pra casa. Chego umas 18 horas em média.
Ainda estou começando, me adaptando, mas já sei que vai ser muito difícil.
O final de semana foi terrível. Cheguei em casa na Sexta, passei no hospital pra visitar uma tia, voltei pra casa e arrumei algumas coisas. No Sábado dei uma "voltinha" com a minha mãe, dormi e acordei no Domingo, já arrumando minhas coisas pra voltar. Quando cheguei em Sorocaba é que me toquei que nada aproveitei, deu um aperto no peito, uma solidão.
Então hoje a professora de psicologia explicou esse sentimento sem ninguém abrir a boca: Banzo.
É o sentimento de saudades de terra e das pessoas de onde somos.
Os escravos costumavam morrer disso.
Estou feliz porque logo volto pra casa, nem que seja só por um fim de semana.
terça-feira, 5 de março de 2013
Laços
Tem coisas que acredito seriamente que só acontecem comigo.
Passei na UFSCar e vou mudar de cidade. Ao meu ver, é o que meus pais estavam esperando que ocorresse no fim das contas, observando que faz uns 3 anos que presto vestibular. Porém tenho que admitir que essa casa só me decepciona, porque parece que eu sair daqui é a coisa mais devastadora; e se eu estivesse ligando pra tudo aquilo que é discutido aqui dentro eu teria desistido do curso, logo de cara.
Não é algo explícito, apenas sinto o peso das palavras. "Você vai pra longe, vamos ficar preocupados, toma cuidado com tudo, não fala da sua vida pra ninguém.", mais um monte de discussões desnecessárias, que eu já havia pedido pra não terem pois eu já sabia que sobraria pra mim. Aí eu me finjo de morta e brigam comigo porque estou "tranquila demais". Tudo bem.
Passando as preocupações com o lugar, resolvi dizer que estava ansiosa. Comentei, inocentemente, que ficaria feliz porque poderia voltar pra Santos nas Sextas-Feiras e antes mesmo que terminasse a frase recebi uma resposta linda, amável:
"Ainda bem que vou poder ficar aqui sempre"
"Você vai voltar só no começo, depois não vem mais."
"Ai..."
(Silêncio, nó na garganta e peso no peito)
Estou sendo condenada porque vou viver. Cadê toda aquela história de se orgulhar por me educar de uma forma que me fizesse independente? De quando eu já escolhia o que vestir desde bebê, de que tinha entrado na escolinha numa boa, sem fazer manhas? Cadê minha família compartilhando a minha alegria e pensando que isso vai ser bom pra mim? Na verdade até reclamaram porque agora vai ser um a menos pra manter a limpeza da casa, o que fará necessário ter uma faxineira.
A verdade é que eu deveria estar sentindo falta do lar, mas estou me sentindo expelida dele.
Passei na UFSCar e vou mudar de cidade. Ao meu ver, é o que meus pais estavam esperando que ocorresse no fim das contas, observando que faz uns 3 anos que presto vestibular. Porém tenho que admitir que essa casa só me decepciona, porque parece que eu sair daqui é a coisa mais devastadora; e se eu estivesse ligando pra tudo aquilo que é discutido aqui dentro eu teria desistido do curso, logo de cara.
Não é algo explícito, apenas sinto o peso das palavras. "Você vai pra longe, vamos ficar preocupados, toma cuidado com tudo, não fala da sua vida pra ninguém.", mais um monte de discussões desnecessárias, que eu já havia pedido pra não terem pois eu já sabia que sobraria pra mim. Aí eu me finjo de morta e brigam comigo porque estou "tranquila demais". Tudo bem.
Passando as preocupações com o lugar, resolvi dizer que estava ansiosa. Comentei, inocentemente, que ficaria feliz porque poderia voltar pra Santos nas Sextas-Feiras e antes mesmo que terminasse a frase recebi uma resposta linda, amável:
"Ainda bem que vou poder ficar aqui sempre"
"Você vai voltar só no começo, depois não vem mais."
"Ai..."
(Silêncio, nó na garganta e peso no peito)
Estou sendo condenada porque vou viver. Cadê toda aquela história de se orgulhar por me educar de uma forma que me fizesse independente? De quando eu já escolhia o que vestir desde bebê, de que tinha entrado na escolinha numa boa, sem fazer manhas? Cadê minha família compartilhando a minha alegria e pensando que isso vai ser bom pra mim? Na verdade até reclamaram porque agora vai ser um a menos pra manter a limpeza da casa, o que fará necessário ter uma faxineira.
A verdade é que eu deveria estar sentindo falta do lar, mas estou me sentindo expelida dele.
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